Toninho Borbo - Cinza

Tava tudo cinza lá no céu
E a noite dispara o frio
E fio de pensamento, se mistura na paisagem
Das horas mortas da cidade

Tava tudo cinza lá no céu
E a noite dispara o frio
E o fio de pensamento corre a ruas da cidade
Com as pernas da minha vontade

E não demora o olho
Olha e molha a realidade nua e crua
Que é a minha a tua
Cada um na sua

Mas ninguém fica só
Só na teimosia a gente insiste
E na melancolia a gente dá um nó

Ah, ninguém é de ninguém
Conselho se pendura no pescoço
Palavra é chão pra o fundo do poço

Uma flor me falou que a dor é carinho
Insistindo no espinho

Olha o meu amor
Descendo a ladeira
Querendo a ribanceira
Comendo um precipício
Caindo num hospício